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Chef Márcio Fernandes – Do Pará para Santa Catarina: uma trajetória marcada pelo sabor, técnica e coragem de recomeçar

crédito da foto: arquivo pessoal.
crédito da foto: arquivo pessoal.

Aos 15 anos, quando ainda caminhava pelas ruas de sua terra natal no Pará, o jovem Márcio Fernandes talvez não imaginasse que aquela primeira curiosidade pela cozinha se transformaria em um projeto de vida, moldado pelo calor dos fogões, o rigor das técnicas e a paixão pelos sabores brasileiros.


“Comecei no Pará, minha terra, aos 15 anos. Me interessei pela cozinha num momento em que eu buscava uma profissão. Tive a sorte de trabalhar com um chef que hoje é famoso, e ele me deu a base. As técnicas, os fundamentos… tudo começou ali”, relembra Márcio, hoje um nome respeitado da gastronomia no Sul do Brasil.


Por 25 anos, ele atuou no mercado paraense, onde construiu uma sólida trajetória, mas chegou um momento em que percebeu que precisava ir além. “Eu queria crescer, e vi que não ia me desenvolver como desejava se permanecesse no mesmo lugar. Então migrei pra Santa Catarina. Já estou aqui há mais de uma década, onde pude expandir meus horizontes, fazer consultorias, eventos e hoje sou chef de um bistrô que está em plena ascensão.”

crédito da foto: arquivo pessoal.
crédito da foto: arquivo pessoal.

É no trabalho sazonal que o chef paraense encontrou seu verdadeiro espaço criativo. “Trabalhar com sazonalidade me dá liberdade e conexão com o tempo, com a natureza. E isso me inspira”, explica.


Entre os pratos que marcaram sua trajetória está um verdadeiro manifesto da fusão entre tradição amazônica e técnica contemporânea: queijadinha de pato com redução de tucupi e massa de pupunha, criação autoral feita para um concurso no Pará. “Esse prato carrega minha identidade. É raiz, mas é técnica. É regional, mas fala com o mundo.”


Outro prato que o define atualmente? Ele não hesita: “Uma meça na brasa com farofa de bacon, purê de cenoura, crispy de alho-poró e finalizo com chutney de manga verde. É sabor, é contraste, é equilíbrio.”


Mas nem tudo é cozinha: há também o desafio da liderança. “A cada restaurante que eu assumo ou ajudo a abrir, encaro como uma partida de pôquer. É um jogo de estratégia. O desafio é grande, mas o retorno vem no olhar do cliente satisfeito. Isso é impagável.”

crédito da foto: arquivo pessoal.
crédito da foto: arquivo pessoal.

Márcio vê a gastronomia como algo maior do que alimentar. Para ele, é memória, é conexão. “Cada prato carrega uma história. Começa com o dono do restaurante e termina no cliente, que é homenageado com aquilo que chega ao prato.”


Sobre tendências, ele observa que no Sul do país há uma forte valorização do sazonal aliado às técnicas modernas. “A maturação, por exemplo, é algo que vem ganhando muito espaço. A cozinha está se sofisticando, mas sem perder o vínculo com o ingrediente.”


Aos jovens que sonham entrar na gastronomia, o recado é direto: “Não vai ser fácil. É preciso amor, perseverança e dedicação. Essa é uma profissão que exige entrega total.”


E para o futuro, os planos são claros. “Quero continuar dando aulas, dividindo conhecimento. Quero crescer nesse projeto de ensinar, fazer consultorias, ajudar o investidor a gastar certo e abrir bons negócios.”

 
 
 

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