Da infância na cozinha ao sonho de ensinar gastronomia: a trajetória de Átara Miranda
- Gastronomia Paraense
- 1 de abr.
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Nascida em Benevides, no Pará, Átara Miranda cresceu em um lar humilde, onde a paixão pela gastronomia foi despertada por sua mãe, confeiteira e empregada doméstica que sempre fazia para os filhos os pratos diferentes que aprendia no trabalho. Desde pequena, Átara ajudava a mãe a preparar encomendas de bolos, doces e salgadinhos, aprendendo os primeiros segredos da culinária. Com o tempo, essa influência se transformou em vocação.
A trajetória da gastróloga foi marcada por desafios e mudanças. Morou em Manaus, onde teve duas filhas e sustentou sua família vendendo bolos e pães e outras coisas. Posteriormente, tentou a vida no Maranhão, mas sentia que seu coração sempre pertencia ao Pará. Foi então que decidiu lutar pelo seu sonho em sua terra natal.
"Quando voltei de lá abri um ponto onde vendia comidas típicas, guaraná da Amazônia, bolos, mas fechei pois não consegui administrar. Foi aí que vi que tinha que estudar, pois no curso de gastronomia também estudamos gestão", disse.

Determinada, ingressou no curso de gastronomia da Universidade da Amazônia (Unama) através do FIES. O encantamento com as primeiras aulas práticas veio acompanhado de dificuldades financeiras, falta de emprego e a responsabilidade de cuidar de duas filhas. Muitas vezes, tinha apenas o dinheiro da passagem e voltava para casa com fome. Para se manter no curso, fazia bicos e se dedicava ao máximo, participando de eventos e auxiliando chefs para adquirir experiência.

A formação foi um marco em sua vida, mas os desafios da profissão seguiram. "É uma profissão muito dura, ainda mais a 'cozinha quente'. Muitos de nós não somos valorizados", destaca Átara. No entanto, seu esforço começou a ser reconhecido, e ela passou a ser indicada para restaurantes. Atualmente, trabalha como cozinheira em um haras em Santa Isabel, ao lado de colegas que conheceu durante a faculdade.

Para Átara, a gastronomia vai muito além de preparar alimentos. "Cozinhar não é só um serviço, mas também uma forma de amar os outros", afirma. Apaixonada pela culinária paraense, ela acredita que 2025 será um ano de grande visibilidade para a gastronomia do estado, especialmente com a COP 30, evento que atrai atenção mundial.
Com um futuro promissor, Átara tem grandes sonhos. Além de continuar aperfeiçoando suas habilidades, deseja um dia ensinar gastronomia. "Para mim, um bom professor precisa ser excelente tanto na teoria quanto na prática". Seu desejo de explorar o mundo também faz parte dos planos: conhecer novas culturas gastronômicas e trazer essa experiência para o Brasil.

Atualmente, Átara segue construindo sua história com dedicação e amor pelo que faz. Iniciou recentemente um curso de inglês e pretende se especializar em gastronomia regional e docência. "Eu amo o que faço", declara, mostrando que sua jornada na culinária está apenas começando.
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