Do forno à formatura: a trajetória inspiradora de Adriana Uchôa
- Gastronomia Paraense
- 7 de abr.
- 2 min de leitura

Adriana Uchôa, 49 anos, é paraense de Marabá, com sangue nordestino cearense correndo pelas veias e um tempero de superação em cada etapa de sua trajetória. Desde criança, a cozinha era seu lugar no mundo. Aos 11 anos, já era responsável por preparar as refeições da família, inspirada pelos sabores da avó Nazinha — carinhosamente chamada de "Flor do Dia" — e pela força da mãe, Francisca Uchôa, professora e exemplo de coragem.

Aos 14 anos, Adriana mudou-se com a família para Belém. Dois anos depois, com a separação dos pais, começou a trabalhar para ajudar em casa. Seu primeiro emprego, em uma padaria do bairro, acendeu uma paixão que se tornaria sua maior missão: o pão.

A caminhada não foi fácil. Entre empregos e responsabilidades, Adriana nunca deixou de buscar conhecimento. Casada há 23 anos com Alexandre, com quem tem um filho, Arthur Uchôa, atleta de karatê de 17 anos, ela encontrou na família seu alicerce. Em 2014, após ser desligada de uma multinacional onde atuava com auditoria, viu na internet uma porta de entrada para o empreendedorismo: começou vendendo cupcakes e empadas, e logo passou a atender eventos com coffee breaks.

A guinada aconteceu com o incentivo da chef Odeth Macedo, que a introduziu ao mundo da panificação artesanal com fermentação natural e longa fermentação. Entre cursos, eventos e dedicação, Adriana descobriu que não era tarde para sonhar: concluiu o ensino médio e, aos 46 anos, ingressou na graduação em gastronomia pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). O TCC foi aprovado com excelência — agora, aguarda a solenidade de formatura com o orgulho de quem venceu.

Foi na graduação que nasceu o D’cumê Pães Artesanais, fruto de um projeto de disciplina e homenagem ao tio Dico, que sempre dizia “já quero meu dicume”. A marca carrega em seu nome a essência da memória afetiva e da comida com afeto.

Hoje, Adriana atua como consultora gastronômica e marca presença em eventos relevantes como ExpoPará, Tempero de Origem, Belágua no Círio Fluvial e a Festa Literária de Mosqueiro (FLIM), sempre ao lado de nomes como o chef Edmilson Macedo e os chefs Adria Soares e Andreia Uchôa, sua irmã e CEO da Amazônia Artesanal.

Adriana Uchôa é a prova viva de que nunca é tarde para recomeçar. Sua história mistura farinha, coragem, afeto e transformação — uma receita que só poderia resultar em sucesso.
Adriana deixa o conselho: "Se tu não fizer, o tempo passa e tu não faz. E se fizer, o tempo passa e tu terás feito. Nunca e tarde para adquirir conhecimento", disse ao destacar que "Essa fala foi muito importante, pois minha irmã sempre me deu apoio, inclusive quando fiquei desempregada, em 2014, na aprovação do vestibular. E eu fiquei nesse dilema, porque eu era cuidadora e teria que abrir mão do trabalho para estudar", concluiu.

Para conhecer mais siga o Instagram: @dcumepaes24
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