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Cooperativa valoriza agricultura familiar e frutos paraenses

Projeto beneficia 1.600 famílias na região de Bragança, nordeste do Pará

Crédito da foto: COOMAC.

Com frutos tipicamente paraenses dá para fazer muita coisa. Seja na culinária ou na produção de cosméticos, o uso desses produtos cresce cada vez mais. Mas não basta apenas usufruir, também é preciso preservar. E para valorizar os frutos regionais, preservar o meio ambiente e melhorar a vida de agricultores, nasceu a Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares e Extrativistas dos Caetés (COOMAC), localizada em Bragança, região nordeste do Pará.


Atualmente formada por 134 cooperados, a iniciativa, que beneficia diretamente mais de 1.600 famílias da região com a compra de sementes e participação nos projetos, também é sinônimo de realização.


Giovani Martins (36), agricultor e extrativista, é sócio fundador e secretário da COOMAC. Para ele, a cooperativa é importante não só pela renda. "Eu sou um exemplo da mudança que a cooperativa trouxe para as nossas vidas. Não só financeiramente, mas em conhecimento. Hoje, tenho outra concepção sobre a sociedade e sobre trabalhar coletivamente. Tenho muitas coisas a celebrar, coisas que só consegui pela cooperativa, graças a Deus", contou.

Crédito da foto: COOMAC.

Voltada à agricultura familiar, a COOMAC investe na produção da conhecida "farinha de Bragança" e de insumos para a indústria da beleza, a partir de oleaginosas, como a andiroba, o tucumã, o muru-muru, o buriti e o bacuri, frutas características da região. O projeto deu tão certo, que grandes empresas como a Natura, Instituto Beraca, CitroBio, Amazônia em Gotas e L'Occitane da L'Oreal Paris fecharam contrato com a cooperativa. Além de parcerias institucionais com o governo do Estado, prefeitura de Bragança, Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Pará (Sistema OCB-SESCOOP/PA) e Emater (Empresa de Assistência e Extensão Rural do Estado do Pará).



De acordo com Giovani, a COOMAC já passou por diversas dificuldades e quase precisou fechar as portas. "Nesses 11 anos, já passamos por inúmeras derrotas e desafios. Chegamos a ter a energia cortada e quase falir, mas hoje nós temos sede própria, toda murada e ainda em construção. Temos um pátio de prensagem de amêndoas de 100 quilos por hora", contou.


Hoje, a COOMAC busca uma de suas maiores conquistas: o selo de Identificação Geográfica da Farinha de Bragança, que certificará os agricultores que a produzem na região. "Esse vai ser um grande marco para a gente. Principalmente para resguardar e proteger o modo de fazer farinha em Bragança, porque isso não está em livros nem em cartilhas, é um saber indígena que cada família vai transmitindo para os seus filhos. E eu acredito que não só para o Estado do Pará, mas para o Brasil é uma grande conquista", ressaltou o secretário.

Crédito da foto: COOMAC

Com a pandemia, a COOMAC também precisou se adaptar. "É um momento bem crítico. Nossos cooperados também tiveram grandes perdas. A gente foi tocando, cumprindo todos os requisitos exigidos pela saúde. Reduzimos o quadro de trabalho, paramos no lockdown. Toda a nossa equipe usa máscara e álcool em gel", explicou o agricultor.


Além dos cuidados da própria cooperativa, empresas parceiras ajudaram na prevenção e combate à covid-19 com a distribuição de álcool em gel e cestas básicas para os cooperados.



Por Fernanda Cavalcante.



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