Da arquitetura ao açúcar: Elireimundo Vicent e a arte de transformar histórias em sabores
- Gastronomia Paraense

- 22 de jul.
- 3 min de leitura

Ele já foi arquiteto, designer de interiores, consultor e hoje é também um dos nomes mais admirados da confeitaria contemporânea. Elireimundo Vicent, conhecido nas redes sociais por sua estética impecável e seu domínio técnico, tem um currículo que impressiona tanto quanto encanta. Parceiro de grandes marcas como Harald Chocolates, Iceberg Chef e Alumínio Circular, Vicent é uma dessas personalidades raras que transformam cada etapa da trajetória em matéria-prima para algo maior: a criação de experiências.
“A confeitaria chegou na minha vida como um reencontro”, afirma. O reencontro em questão veio depois de uma jornada por caminhos diversos — até que os doces falaram mais alto. “Desde cedo eu já me encantava com esse universo, mas só depois percebi que era ali que meu olhar brilhava”, completa. Não foi um amor repentino, mas uma paixão construída aos poucos, como se cada camada da vida fosse preparando o terreno para o que viria a ser sua verdadeira vocação.

Formado pela renomada La Casserole du Chef, na Ilha de Margarita (Venezuela), Elireimundo traz na bagagem uma formação técnica rigorosa da alta cozinha francesa. “Essa formação marcou profundamente minha trajetória. É a base disciplinar que levo até hoje, tanto nas minhas criações quanto no ensino”, destaca.

Se a arquitetura ensinou a ele a importância do equilíbrio, da proporção e do detalhamento, a confeitaria deu forma sensível a esses conceitos. “As duas áreas se encontram no processo criativo. Um doce bem executado, assim como um projeto arquitetônico, precisa ser pensado nos mínimos detalhes — da estrutura ao acabamento.”

Na @festacolor, onde atua diretamente com a criação de doces para celebrações, Elireimundo é mais do que confeiteiro: é contador de histórias. “Cada evento traz um sonho. A gente não faz apenas doces, faz memórias”, diz, com a serenidade de quem entende o verdadeiro valor de um brigadeiro bem feito ou de uma torta que emociona já no primeiro olhar.

Consultor procurado por confeitarias e empreendedores do setor, ele também enxerga a profissão com um olhar estratégico. “Um dos maiores desafios é ajudar os profissionais a encontrarem seu diferencial em um mercado competitivo. É preciso escuta, leitura cultural e soluções viáveis com identidade.” Com esse olhar atento, participa de eventos de peso como o Simpósio Amazônia, em Belém do Pará, e o Congresso de Engenharia de Alimentos do Brasil, onde já palestrou sobre sustentabilidade com foco no chocolate.

E se hoje o confeiteiro precisa ser também comunicador e empreendedor? A resposta é direta: “Com certeza. O profissional contemporâneo precisa saber se apresentar, gerir e inovar. Não basta técnica, é preciso construir marca.”

Quando questionado sobre o futuro, Elireimundo não revela tudo, mas deixa escapar que vem um projeto emocionante. “Ainda não posso dar detalhes, mas é algo grande, com impacto positivo na gastronomia e na educação. Vem coisa bonita por aí.”

Por fim, para quem está começando na confeitaria, ele oferece um conselho de ouro: “Estude, teste, erre, aprenda. O destaque vem com consistência e verdade. E lembre-se: faça como se fosse para você mesmo.”
Com talento, sensibilidade e uma visão holística rara, Elireimundo Vicent não apenas cria doces — ele edifica experiências. E como bom arquiteto das emoções, constrói, camada por camada, um legado que adoça e inspira.












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