Da rua à panificação: a história de superação do Chef Claudio Justino
- Gastronomia Paraense
- há 13 horas
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De Sete Barras, no interior de São Paulo, até Curitiba, no Paraná, a trajetória do Chef Claudio Justino, casado com Maria Aparecida Gonçalves de Paiva, é marcada por dor, resiliência e fé. Hoje, ele é padeiro, confeiteiro e integrante do movimento Chefs Brasil (@chefsbrasil), mas sua vida poderia ter tomado um rumo trágico.
“Eu sou um dos sobreviventes do Massacre da Candelária, em 1993. Passei três anos morando nas ruas do Rio de Janeiro, revirando lixo para comer. Tenho que agradecer muito a Deus por olhar por mim e me dar uma nova chance”, conta Claudio.

Do desemprego à descoberta da panificação
Após um período de grandes dificuldades, Claudio encontrou em Curitiba um novo começo. “Eu já tinha trabalhado como churrasqueiro, chapeiro e barman, mas fiquei um ano desempregado. Quando apareceu uma vaga de auxiliar de açougueiro, já não tinha mais. Mas havia a de auxiliar de padaria. Aceitei. Em um ano já era padeiro e confeiteiro”, relembra.
A paixão pelo ofício surgiu naturalmente. “O que me despertou foi a possibilidade de transformar ingredientes simples em algo que alegra as pessoas. Fazer pão e bolo é mais do que técnica, é dedicação e carinho.”

Desafios e superações
Na carreira, não faltaram obstáculos. “Muitas pessoas tentaram puxar meu tapete para ocupar meu lugar. Mas cada crítica serviu de combustível para continuar e provar meu valor.”
Hoje, Claudio carrega com orgulho o título de padeiro e confeiteiro, além de representar o movimento Chefs Brasil, que ele descreve como uma verdadeira família. “É uma comunidade que apoia e fortalece os profissionais da gastronomia.”
Entre brioches e bolos de frutas
Quando perguntado sobre suas especialidades, ele não hesita: “Os pães, como brioches e chineque, além das pizzas e bolos de frutas. São minhas marcas registradas.”
Para Claudio, a panificação e confeitaria no Brasil vivem um momento especial. “É uma profissão linda, que nunca vai acabar. Eu adoro o que faço.”

Amor como ingrediente essencial
Na visão do chef, o que diferencia um bom profissional é a forma de se dedicar ao trabalho. “Tem que gostar de fazer pães e bolos com muito amor e carinho. A qualidade está na capacidade de transformar esse sentimento em sabor.”
Mesmo vivendo há anos em Curitiba, ele faz questão de carregar consigo as lembranças de sua terra natal. “Sete Barras é uma inspiração para mim. E também sou grato à cidade que me acolheu.”

Sonhos e propósito
Disciplinado e paciente, Claudio aprendeu com a profissão lições que extrapolam a cozinha. Mas seu maior desejo ainda está por vir. “Quero abrir minha própria padaria e confeitaria, além de realizar um trabalho social para oferecer aulas gratuitas a quem não tem condições de pagar.”
A jornada do Chef Claudio Justino mostra que, mesmo em meio às maiores adversidades, é possível recomeçar e transformar dor em força. Um exemplo de que o pão, feito com amor e fé, pode alimentar muito mais do que o corpo — pode também renovar a esperança.
Instagram: @claudiojustino2 | @chefsbrasil
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