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De pequena propriedade ao mercado nacional: a trajetória da ACARAGRI, onde tradição e inovação caminham juntas

Crédito da foto: Arquivo pessoal.
Crédito da foto: Arquivo pessoal.

Por décadas, o nome Chagas ecoou no bairro José Walter, em Fortaleza, como sinônimo de trabalho duro e visão empreendedora. Agricultor desde os cinco anos de idade e funcionário do Banco do Nordeste, ele sempre soube que a terra carregava mais do que grãos e colheitas: guardava histórias e possibilidades. Foi assim que, em 29 de agosto de 1986, nasceu a empresa F. Das Chagas Filho, com a marca CIPOL, inicialmente voltada ao ramo de produtos de limpeza.


Conciliando o expediente no banco com a lida no campo, Chagas manteve sua vida dividida entre cifras e cultivo até 2008, quando foi transferido para a agência de Baturité. No ano seguinte, adquiriu uma propriedade em Acarape. A princípio, o plano era modesto: criar vacas leiteiras, plantar feijão e milho, e garantir uma aposentadoria tranquila. Mas a força do solo local mudaria o rumo da história.

Crédito da foto: Arquivo pessoal.
Crédito da foto: Arquivo pessoal.

O cultivo da cana-de-açúcar, iniciado quase por acaso, revelou-se um divisor de águas. Em 2014, com quatro hectares plantados, Francisco buscou um destino para a produção. A primeira ideia era a rapadura, mas o curso que faria em Minas Gerais foi cancelado. Foi aí que o destino, mais uma vez, interveio: surgiu a oportunidade de aprender a fabricar cachaça. Francisco viajou, estudou e voltou com o projeto pronto. Assim nasceram a Cachaça Taberna do Poço e, mais tarde, a Cachaça Caxirim.


O sucesso veio rápido. Em 2019, já consolidado no mercado regional, Chagas viu o negócio ganhar novo fôlego com a entrada de Rose, sua esposa, na gestão. A empresa manteve seu DNA no agronegócio, mas ampliou horizontes, passando a atuar também no setor de alimentos e bebidas. Em 2020, obteve o registro no MAPA e, no ano seguinte, em plena pandemia, lançou a marca ACARAGRI — sigla para Acarape Agroindústria de Alimentos —, que abriga todas as linhas da empresa, incluindo as premiadas cachaças.

Crédito da foto: Arquivo pessoal.
Crédito da foto: Arquivo pessoal.

O isolamento social deu espaço para a criatividade. A banana, abundante na propriedade, virou o carro-chefe e inspirou uma série de produtos derivados. Ao mesmo tempo, a empresa investiu em identidade visual, firmou parcerias estratégicas com instituições como a Unilab, Sebrae e Instituto Caju Brasil, e participou de eventos de grande visibilidade, incluindo uma apresentação de seus produtos no Senado Federal.


Hoje, a ACARAGRI se organiza em três frentes: práticas agrícolas, produtos acabados e turismo de experiência. Este último será oficialmente lançado no dia 13 de setembro, no Dia Nacional da Cachaça, com um evento que promete reunir gastronomia regional, música, trilhas e vivências ligadas à canavicultura, bananicultura e cajucultura — tudo a apenas uma hora de Fortaleza.

Crédito da foto: Arquivo pessoal.
Crédito da foto: Arquivo pessoal.

Mais que um negócio, a ACARAGRI é um projeto de vida. Francisco segue cuidando da produção; Rose, do comercial. A empresa envolve familiares, jovens e estudantes parceiros da Unilab e do IFCE, criando um ciclo virtuoso de inovação e tradição.


“Nosso trabalho é fruto de amor pela terra e respeito às nossas raízes”, resume Rose. E, olhando para o futuro, a ACARAGRI se fortalece como exemplo de que, no campo, a colheita mais valiosa é feita de histórias, parcerias e sonhos realizados.

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