Do apelido ao sabor: a trajetória da “Loira” que conquistou Icoaraci com seu frango assado
- Gastronomia Paraense

- 25 de ago.
- 3 min de leitura

Em meio às ruas movimentadas de Icoaraci, distrito de Belém conhecido por sua força cultural e gastronômica, um nome já virou referência quando o assunto é comida de qualidade servida com afeto: Frango da Loira. À frente do negócio está Maria de Nazaré Estácio Brito, a mulher que transformou um apelido em marca e um sonho em realidade.
“Sempre pintei meu cabelo de loiro. Podia mudar a cor, mas as pessoas continuavam me chamando de Loira. Aí pegou”, conta rindo a empreendedora que hoje dá nome ao frango mais famoso da região.

Da fábrica ao próprio negócio
A ideia nasceu de um momento de mudança. Depois de cinco anos trabalhando em uma empresa, Maria de Nazaré decidiu que era hora de investir em si mesma. Com a indenização de R$ 5 mil, começou a pensar em que tipo de negócio abriria. “Eu queria montar uma loja de roupas. Mas, em uma conversa em família, enquanto comíamos frango, veio a ideia: por que não vender frango assado de máquina?”, relembra. O filho foi o primeiro a apoiar, pesquisou na internet e deu o pontapé inicial para que o sonho saísse do papel.
Cinco anos depois, o Frango da Loira se consolidou como um dos pontos mais queridos de Icoaraci.

O segredo do sabor
Mas o que torna o frango da Loira tão especial? A resposta está no cuidado em cada etapa. Maria compra os frangos, deixa descongelar, limpa e tempera. “Eu deixo de molho de um dia para o outro. Assim, quando chega à mesa do cliente, está uma delícia”, explica.
Além do frango assado, os acompanhamentos também fazem sucesso: baião, farofa, feijão com caldo e salpicão. O freguês sempre leva para casa uma refeição completa — e quentinha.
“Todos falam que meu frango não tem pitiú. O segredo é o tempero e a produção diária”, destaca orgulhosa.

Desafios e superação
O início, no entanto, não foi fácil. O negócio nasceu em plena pandemia. “Montei sempre pensando positivo, acreditando que ia dar certo, mas com medo. Quando sobrava frango e eu não sabia o que fazer, doava para as pessoas. Hoje só agradeço. As dificuldades me deram força”, emociona-se.
Nos primeiros tempos, os filhos ajudaram muito. Hoje, Maria divide a rotina com o marido. O casal cuida junto de cada detalhe, desde a preparação até o atendimento.

Clientes que viram amigos
Seja pela qualidade do prato ou pela simpatia da dona, o Frango da Loira virou ponto de encontro. “Eu gosto da conversa, das brincadeiras, do aperto de mão. Às vezes até os clientes me ajudam. Já aconteceu de virem pessoas famosas e eu nem perceber. Depois meu marido fala: amor, era um artista. Eu fico emocionada quando eles dizem: Loira, teu frango é uma delícia. Já cheguei a chorar”, confessa.
Presente e futuro
Hoje, os pedidos podem ser feitos pelo telefone e WhatsApp (91 98732-3828), com direito a delivery. Maria envia mensagens diariamente para os clientes, mantendo o contato próximo que virou sua marca registrada.
E os planos não param por aí. “Quero expandir. Nosso espaço já está ficando pequeno. Quero abrir um local maior, com estrutura para receber melhor os clientes e oferecer outros tipos de comida”, revela a empreendedora.
De um apelido carinhoso nasceu uma marca. De uma ideia simples, um negócio de sucesso. E do tempero da vida, Maria de Nazaré fez um exemplo de coragem, sabor e perseverança.











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