Gerbasi: entre a brasa e a alma, um chef que emociona pelo sabor
- Gastronomia Paraense

- 15 de jul.
- 3 min de leitura

Por trás de cada corte bem selado, de cada porção de frutos do mar perfeitamente cozida, há um nome que tem ganhado destaque no cenário da gastronomia BBQ no Brasil: Gerbasi. Um chef que não apenas comanda eventos de churrasco com maestria, mas que também entrega emoção, memória afetiva e uma verdade que só o fogo é capaz de revelar.
A história de Gerbasi com a cozinha profissional começou em 2012, quando assumiu o comando de seu próprio restaurante em João Pessoa, o “Boteco de Arroz”. Foi ali, entre pratos simples e sabores intensos, que ele entendeu que o universo da gastronomia era seu verdadeiro caminho. “Amo um desafio”, resume. E assim tem sido: uma jornada marcada por coragem, inovação e um tempero invisível chamado paixão.

Mas foi nos festivais de churrasco que a chama acendeu de vez. “A paixão veio após me infiltrar nos festivais BBQ do Nordeste. E quem não gosta de uma carne ao ponto, né? Ou daqueles frutos do mar suculentos que dão água na boca?”, diz ele, com brilho nos olhos e cheiro de brasa na memória.
Comandar um festival BBQ, no entanto, não é tarefa simples. “É um desafio enorme e uma responsabilidade imensa. Mas ver a satisfação das pessoas e receber os elogios… não tem preço. É lavar a alma”, revela. O mais desafiador de todos? O BBQ Show de João Pessoa. “Minha terra, meu povo… fazer um evento aqui é adrenalina a mil. Mas como eu sempre digo: ‘fez bem feito, tá valendo’.”
Gerbasi trata cada evento como um organismo vivo. “Com organização e fé na brasa, tudo flui. Cada evento tem sua alma. Eu adapto o cardápio, o ritmo e a pegada. Mas o sabor? Esse é padrão Gerbasi.”
Com o crescimento espontâneo nas redes sociais, a figura pública se tornou inevitável. “Conciliar a imagem pública com a loucura da cozinha foi um desafio. Mas tudo envolve arte: a de aparecer e a de cozinhar com verdade e criatividade.”

Essa autenticidade também se traduz em seus princípios: respeito ao ingrediente, compromisso com quem está comendo e zero espaço para enganação. “Comida é verdade”, resume.
E nessa verdade, o fogo tem papel central. “O fogo é meu parceiro, meu tempero invisível. Ele assa, emociona e ensina na marra. E um conselho: se hidrate bem, senão cai duro! (risos)”
Questionado sobre seu estilo, Gerbasi é direto: “Hoje, sou um criador de sabores que marcam. Gosto daquele simples que surpreende. A pessoa prova e pensa: ‘isso foi o Gerbasi que fez’. E aquilo fica na memória.”
A memória, aliás, é elemento essencial em sua cozinha, especialmente nas influências afetivas. “Minhas avós me inspiraram muito. A comida de panela da vovó é inesquecível. Sinto saudades e me inspiro nisso até hoje.”
Apesar dos reconhecimentos, o chef sabe que a estrada é longa. “Tenho orgulho do que estou me tornando, mas sei que ainda tenho muito a evoluir. Ser humilde é um superpoder.”
Sobre o futuro? Ele deixa nas mãos de Deus. “Quero mostrar ao mundo do que sou capaz e levar sabor pra muita gente, em muitos lugares. Culturas diferentes, mas a mesma paixão pela comida.”

E deixa um recado forte para quem sonha em seguir um caminho parecido: “Seja quem você é. Não baixe a cabeça. Você é seu próprio desafio. Corrija o que tiver que corrigir, aprenda com os sábios, e nunca esqueça: quem não é visto, não é lembrado. Sua fé no que você sabe fazer vai te alimentar — mas lembre-se, você é humano e tem limites. E isso também é válido.”
Na mistura entre lenha, suor e alma, Gerbasi não cozinha apenas para alimentar. Ele cozinha para marcar. E ele tem marcado. Com sabor. Com verdade. Com fogo.












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