Em Belém, o restaurante é referência para quem ama o açaí no estilo paraense
Não é novidade que o açaí é indispensável para quem mora no Pará e um queridinho dos turistas que se surpreendem com o açaí consumido do jeito paraense, com peixe frito, farinha, tapioca, camarão e outros pratos típicos. O point do açaí, que atualmente conta com seis unidades espalhadas pela capital, é conhecido pela qualidade e tradição.
Entre essas unidades, o Point Casarão se destaca por ser um belo casarão de três andares tombado pelo Patrimônio Histórico, localizado no bairro da Cidade Velha, em frente à Estação das Docas. A casa tem capacidade para 240 pessoas, distribuídas em dois andares, e no terceiro piso fica a cozinha industrial. O cardápio é bem completo, e oferece pratos típicos da culinária paraense com ou sem acompanhamento do açaí.
Nazareno Alves, sócio e proprietário do Grupo Point do Açaí, contou como começou sua trajetória com a gastronomia. Apenas aos doze anos de idade, sendo o mais velho de dez crianças, ele precisou trabalhar no mercado Ver-O-Peso, vendendo saco, jornal e café para ajudar a família e o pai que sofreu um acidente de trabalho, uma descarga elétrica. Nesse momento, o contato com a gastronomia paraense despertou o sonho de um dia montar seu próprio ponto de açaí com peixe frito.
Já em 2004, motivado por dar um futuro brilhante ao seu filho, deu início a jornada do Point do Açaí, por meio de empréstimos e compras fiado. “Eu trabalhava com meu pai, que já tinha me ensinado a bater o açaí, só que minha grana estava muito curta. Eu aluguei uma casa bem pequena e comecei a vender no meu pátio. Fui na Terra Firme, não tinha dinheiro, peguei emprestado tijolo, cimento, areia e montei um balcão e comecei só a vender açaí. Comprei uma máquina parcelada de doze vezes. O primeiro açaí que eu comprei também foi fiado. E as coisas foram dando certo”, afirmou.
Foi a partir da realização de todos os cursos possíveis do Sistema S (Sebrae) que Nazareno conseguiu impulsionar seu negócio. “Fiz treinamento e muitos cursos profissionalizantes, como o de atendimento, venda, oratória, gestão de pessoas, gestão de negócio, entre outros. Em 2006 pensei em montar um restaurante lá no pátio da minha casa, começou com duas mesinhas de bar e com 6 cadeiras. Com o sucesso, fui ampliando e hoje o point tem uma média de 800 lugares”, disse o empresário.
As maiores dificuldades, segundo o proprietário, foram superar a falta de recursos. “Eu não tinha dinheiro para nada, nem para comprar tijolo, nem para pegar ônibus. Eu era uma pessoa que realmente não tinha nenhuma condição financeira. Começar do zero é muito difícil, não é para qualquer um”, disse ele.
Com a sua própria fazenda de açaí, por meio do plantio, o grupo já é autossuficiente no consumo de açaí. Nazareno ainda tem planos para montar uma indústria para exportar o excedente da produção e contou sobre projetos futuros. “Estamos em fase de expansão. Temos um projeto que já foi aprovado e está sendo concluído, o qual deve colocar o nosso açaí em praticamente todo a loja do grupo Assaí Atacadista. Vamos ter lojas e quiosques nossos, vendendo açaí natural, mix e sorvete de açaí”, concluiu.
conheci Nazareno a muitos anos. Fico feliz com sua prosperidade. Rita Lima