Gilberto Santos: do sonho herdado do pai ao comando da cozinha da Amazon Beer
- Gastronomia Paraense

- 10 de ago.
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Belém (PA) — A paixão pela gastronomia, para Gilberto Santos, não é apenas profissão: é herança de família. Filho de um cozinheiro de eventos e taifeiro da Aeronáutica, ele cresceu entre panelas, aromas e histórias de banquetes. “Meu pai me levava para ajudar nos eventos ainda na adolescência. Foi ali que aprendi a respeitar a cozinha, mesmo sem imaginar que ela seria meu destino”, relembra.
O início na cozinha profissional, no entanto, aconteceu quase por acaso. Aos 19 anos, entrou para trabalhar em um restaurante, motivado pela necessidade de ganhar dinheiro. Já tinha experiência como garçom, mas atrás do fogão, descobriu outro universo. “Comecei cru, sem saber muito. Com o tempo, fui pegando gosto e, com esforço e foco, vieram as oportunidades.”

A escalada foi gradual: copeiro, auxiliar de cozinha, cozinheiro, subchefe e, hoje, chef de um dos restaurantes mais prestigiados da capital paraense — a Amazon Beer. Aos 36 anos, Gilberto carrega no currículo não apenas técnica, mas a perseverança que o fez resistir à pressão do dia a dia. “No começo, pensei em desistir várias vezes. É uma rotina cansativa, mas algo me dizia para seguir em frente, e segui.”
À frente da cozinha, ele enfrenta um desafio constante: agradar paladares de clientes paraenses, brasileiros de todas as regiões e estrangeiros. A estratégia? Unir técnica e regionalidade. “Gosto de introduzir ingredientes da nossa terra e recriar clássicos com esse toque amazônico.”

Entre os pratos que se tornaram ícones da casa, estão o filhote grelhado com crosta de castanha-do-pará e arroz cremoso de jambú, o filé à milanesa com queijo do Marajó e a famosa unha de caranguejo, feita apenas com a massa pura da pata — um diferencial que conquista quem prova.
Apesar da rotina intensa, Gilberto busca equilíbrio na vida pessoal. O nascimento da filha, que ele chama de “meu Norte”, foi um marco. “Ela me fez seguir em frente nos momentos mais difíceis. Todo esforço é por ela.”
O chef vê o futuro da gastronomia paraense com otimismo, especialmente com a realização da COP 3

0 em Belém. “Nossa culinária vai ganhar força em todos os sentidos. É uma oportunidade para mostrar nossa cultura ao mundo.”
Mas, para quem sonha com a carreira, ele deixa um alerta: “Não se enganem com programas de TV. O dia a dia é suor, sacrifício e respeito. Apenas 1% dos chefs chegam ao estrelato; o resto é muito trabalho.”
Com orgulho e humildade, Gilberto Santos segue seu caminho, com um objetivo claro: “Quero ver nossa gastronomia e nossa cultura em destaque, sem preconceito. Quero fazer parte disso, elevar nossa cozinha e mostrar ao mundo o sabor do Pará.”











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