Igor Santiago, o “Chefinho”: fé, raízes e paixão em cada prato
- Gastronomia Paraense
- há 22 horas
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Na gastronomia, há aqueles que cozinham e há aqueles que transcendem a cozinha — que transformam ingredientes em sentimentos, sabores em memórias, pratos em pontes que ligam culturas, pessoas e histórias. Igor Santiago, mais conhecido como Chefinho, pertence, com justiça, ao segundo grupo. Com apenas 10 anos de carreira, ele já é um nome reverenciado na cena gastronômica paraense e um dos pilares da cozinha da prestigiada Adega Dionísio, em Belém.
“Minha paixão pela gastronomia nasceu da conexão com as pessoas e com a comida que sempre vi na minha família”, conta ele, com os olhos brilhando de memória e propósito. Desde cedo, a cozinha foi o seu refúgio — e também o seu chamado. Foi ali, entre aromas e panelas, que Igor descobriu não apenas uma profissão, mas um caminho de vida.

Da infância ao ofício: a cozinha como missão
O afeto pela culinária começou em casa, onde cozinhar era sinônimo de cuidado. Mas foi ao perceber que podia viver do que ama — e impactar vidas por meio disso — que Igor decidiu entregar-se à gastronomia por inteiro. “A cozinha me desafia e me faz feliz todos os dias”, resume.
Ao longo da década em que se dedicou à arte culinária, o que mais o marcou não foram prêmios ou cargos, mas as reações das pessoas. “Ver um cliente se emocionar com um prato, uma equipe crescendo junto, um sonho saindo do papel — tudo isso me marca profundamente”, afirma.

Adega Dionísio: um palco para a excelência
Comandando hoje a cozinha da Adega Dionísio, um dos restaurantes mais prestigiados de Belém, Chefinho vive um de seus momentos mais importantes. “É uma grande responsabilidade e, ao mesmo tempo, um reconhecimento do caminho que venho trilhando com tanto amor e dedicação”, diz.
Para ele, a experiência na Adega vai muito além do preparo dos pratos. “É uma viagem de sabores, onde cada prato conta uma história — da Amazônia, da técnica, da paixão por servir bem”. E, de fato, cada cliente que cruza as portas do restaurante vive uma imersão sensorial que une o melhor da culinária amazônica à sofisticação contemporânea.

Fé, técnica e identidade: os três pilares de um chef
Em seu perfil nas redes, Igor traz uma frase que resume sua visão de mundo: “Deus acima de tudo”. Não é apenas lema — é vivência. “Minha fé me guia. Ela me dá equilíbrio, humildade e força nos momentos mais difíceis”, confessa. Cozinhar, para ele, é também um ato espiritual. Um serviço. Uma entrega.
Na prática, sua cozinha se ancora em ingredientes frescos, de identidade marcante. Tucupi, jambu, castanha-do-pará e pimentas amazônicas são presenças frequentes. Técnicas como defumação e cocção lenta fazem parte de seu repertório. “Gosto de trazer essa alma paraense em versões sofisticadas, mantendo a essência mas sempre inovando.”
Inspiração, superação e futuro
Se Alex Atala representa uma de suas grandes referências nacionais, Igor também bebe da sabedoria de chefs regionais e, principalmente, da própria família. “Me inspiro em líderes que carregam valores de humildade, fé e superação”, revela.
Mas o caminho não foi fácil. Enfrentou dúvidas, portas fechadas e cansaço. Ainda assim, nunca parou. “Aprendi que a persistência, a fé e a paixão pelo que faço sempre me levam além.”
Para os jovens que estão ingressando agora no mundo da gastronomia, o conselho vem carregado de verdade: “Sejam humildes para aprender, firmes para suportar a pressão, e apaixonados pelo que fazem. A cozinha ensina todos os dias.”
E o futuro? Igor quer mais. Sonha em abrir seu próprio espaço, onde possa unir tradição, sofisticação e identidade regional — e também formar novas gerações. “Quero inspirar e levar meu conhecimento a mais pessoas”, planeja.

Chefinho: mais que um nome, uma identidade
Por fim, ele fala com emoção do apelido que virou marca. “Ser chamado de Chefinho é uma honra. Me lembra de onde vim, das minhas raízes, e da conexão com quem acompanha meu trabalho.”
Igor Santiago, o Chefinho, é mais que um chef. É um contador de histórias através da comida. Um embaixador dos sabores da Amazônia. Um jovem mestre que, com fé e talento, segue escrevendo seu nome entre os grandes da gastronomia brasileira — um prato, um sonho e um coração de cada vez.
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