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Urucum: muito mais do que um simples corante

Conhecido pela sua forma em pó, o fruto ajuda na funcionalidade do organismo e combate doenças

O urucum, conhecido também como urucu, é uma fruta da América tropical, região composta por países da América Central e do Sul. O urucueiro pode medir até seis metros de altura e possui frutos cujas sementes são de um vermelho vivo. Por esse motivo, as sementes são utilizadas como corante de alimentos, sendo encontradas em mercados em forma de pó, o colorau.


A palavra urucum vem do tupi "uru'ku", que significa "vermelho". Pesquisas afirmam que a fruta está em 70% dos corantes alimentícios, por ser uma alternativa natural e saudável aos corantes artificiais.


Porém, não é apenas para isso que o urucum é usado. Tradicionalmente, para os indígenas brasileiros, as sementes de urucum são matéria-prima de tintas, protetor solar, repelente e item religioso de agradecimento pelas colheitas e pesca. Além de em forma de pó, as sementes e folhas do urucum podem ser consumidas naturalmente e em preparações de doces, queijos e massas, melhorando a qualidade nutricional com um baixo custo.


Segundo a nutricionista Larissa Vasconcelos, os pigmentos do urucum são substâncias não apenas responsáveis pela coloração de alimentos, eles também ajudam na funcionalidade do nosso organismo. Um exemplo seria o combate aos radicais livres, substâncias tóxicas, devido à atividade antioxidante.


"O principal componente funcional que podemos destacar no urucum são os carotenoides, em destaque para a bixina (presente em maior quantidade) e norbixina, porém também podemos encontrar compostos fenólicos, flavonoides", explicou a nutricionista. A bixina, de acordo com Larissa, é um excelente antioxidante para a redução de radicais livres, diminuindo a ocorrência de inflamações, formação de trombose e a vasoconstrição, o que favorece a saúde cardiovascular e previne a aterosclerose. Outro fator muito importante é o papel da substância no combate ao câncer, pois estudos indicam a possibilidade de ela auxiliar na proteção dos rins de pacientes.


Apesar de não haver relatos de toxicidade pelo consumo excessivo de urucum e também por ainda não haver uma recomendação padronizada, Larissa alerta que devemos consumir com consciência. "A adição do colorau na comida é mais interessante após o cozimento, pois assim garantimos uma maior estabilidade funcional da bixina e norbixina, já que esses pigmentos tendem a sofrer perdas em temperaturas acima de 125ºC", afirmou.


Para a nutricionista, é importante ressaltar que devemos dar preferência a alimentos na sua forma mais natural. Portanto, ao comprar o colorau devemos nos atentar a sua lista de ingredientes, pois muitas empresas adicionam sal na composição.


Na família de Maria Cleude Barbosa, plantio, preparo e consumo do urucum passaram de geração a geração. "Desde criança eu via minha avó e minha mãe preparando urucum para comer e para colocar em comidas. Depois aderi também. Tiro as sementes, coloco na água e esfrego bastante com luvas, porque gruda nas mãos, escorro e guardo na geladeira para usar quando quiser", contou.


Por Ana Luiza Imbelloni.

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