Do hobby à arte: Mandok transforma madeira em identidade e peças únicas
- Gastronomia Paraense

- há 22 horas
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Atualizado: há 9 horas

O que começou com a curiosidade despertada por um relógio de madeira visto nas redes sociais, hoje se tornou arte, identidade e propósito. Assim nasce a história de Mandok, artesão que encontrou na madeira não apenas uma matéria-prima, mas uma forma de expressão pessoal.

“Vi um relógio lindo, todo em madeira. Tentei fazer um para mim e foi assim que tudo começou”, relembra. A partir dessa primeira experiência, Mandok não parou mais. Passou a buscar novos modelos, explorar formatos e experimentar possibilidades, sempre utilizando madeira reaproveitada e, quando necessário, peças adquiridas em serrarias locais.

Aos poucos, o que era apenas um passatempo ganhou significado maior. Aposentado, ele encontrou no artesanato uma forma de manter a mente ativa. “No início eram só mimos. Um hobby para ocupar o tempo. Hoje vejo que meu trabalho se tornou arte, minha identidade. Cada peça carrega um pouco de quem eu sou”, afirma.

Essa identidade está diretamente ligada à própria natureza da madeira. Para Mandok, nenhuma peça é igual à outra. “A madeira é assim: cada uma tem sua forma, sua beleza. Quem adquire uma peça feita por mim leva algo único”, destaca. E é justamente essa singularidade que cria conexão com os clientes, que acabam se identificando com o produto e sua história.

Aberto ao aprendizado constante, Mandok vê nas críticas — sejam positivas ou negativas — uma oportunidade de crescimento. “Tudo me ajuda a aprimorar. Mas também aprendi a dar um valor real ao meu esforço, porque nem todos reconhecem o trabalho artesanal como deveriam”, pontua, ao falar sobre os desafios de valorização do artesanato, especialmente na região Norte.

O tempo de produção varia conforme a complexidade. Uma peça simples pode ser concluída em cerca de duas horas. Já trabalhos maiores, como uma gamela de mesa, exigem de dois a três dias, com uma média de duas horas de trabalho diário. Embora aceite pedidos, Mandok prefere não trabalhar com personalizações fora de seus padrões criativos, que até agora têm sido muito bem aceitos pelo público.

Funcionalidade e cuidado também fazem parte do processo. Peças destinadas ao uso com alimentos recebem acabamento com gordura vegetal e cera de abelha, garantindo segurança e durabilidade. Já as peças decorativas são finalizadas com verniz ou selador, reforçando o aspecto estético.

O aprendizado, segundo ele, começou com vídeos no YouTube. Com o tempo, veio a maturidade criativa e a clareza sobre o público que deseja atingir. Embora não tenha herdado diretamente o ofício da madeira, Mandok acredita que a vontade de aprender foi passada de pai para filho — um legado que se manifesta hoje em cada criação.

Para quem adquire suas peças, ele também deixa orientações importantes: nada de secar ao sol. “Sempre na sombra. E é fundamental hidratar a madeira com cera de abelha ou gordura vegetal. As peças com verniz precisam ser repintadas com o tempo”, explica.

A quem sonha em começar no artesanato, Mandok deixa um conselho simples e direto: “Comece com uma peça simples. Se gostar do que fez, se dedique todos os dias. O aprimoramento vai te tornar cada vez mais criativo”.

O futuro, para ele, continua firmemente ligado à madeira. Mandok segue criando, buscando novas tendências e fortalecendo sua identidade em cada peça. Acredita que o reconhecimento está a caminho — e enquanto isso, segue transformando madeira em arte, história e significado.












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